Esse é o ponto de partida da animação brasileira "O Menino e o Mundo", vencedor de vários prêmios internacionais e um dos concorrentes ao Oscar da categoria em 2016. O filme quase chegou lá e ficou bem perto de ser o primeiro desenho animado produzido no Brasil a levar a estatueta. Deixou para trás outros sucessos da lista dos 16 pré-selecionados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, como "Minions", "Hotel Transilvânia 2", "O Bom Dinossauro" e "Snoopy", e entrou para o seleto grupo de cinco indicados. Mas quem acabou faturando o prêmio foi "Divertidamente", da poderosa Pixar.

Dirigido por Alê Abreu, pai do Garoto Cósmico, "O Menino e o Mundo" chegou aos cinemas brasileiros em janeiro de 2014, tem música cantada por Emicida, participação do Barbatuques e Naná Vasconcelos, entre muitos outros feras. Com boas doses de fantasia e inocência, o filme leva a uma viagem pelos problemas de nosso mundinho hoje, como os efeitos da industrialização, do consumismo e da perda de valores essenciais. 

O diretor conta que tudo começou por acaso. Ao folhear seus cadernos de rascunhos para outro projeto, Alê encontrou a figura do menino. "O desenho se destacava dos demais pela simplificação extrema dos traços, e parecia acenar para mim", conta em seu blog. O resultado é que o personagem foi ganhando vida própria e uma história só dele (veja um pouquinho no trailer, abaixo).

Uma história que foi muito além das fronteiras do mundo fantástico de Cuca. Foi premiado em Ottawa (Canadá), Lisboa (Portugal) e Havana (Cuba). Foi ainda o grande vencedor daquele que é considerado o mais importante prêmio do gênero, o Cristal, do Festival Internacional de Cinema de Animação de Annecy, na França, onde também foi o favorito do público.

Recado dado, Cuca! Para um planeta melhor e para os novos caminhos que se abrem para a animação brasileira.