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O poderoso

inhame

Tubérculo cultivado em quase todo o mundo há milhares de anos combate dengue, malária e febre amarela, mas tem outras boas propriedades

 

 

Por Aray Nabuco

Para Cara Carambola

 

Um tubérculo com muitos bons poderes para a saúde pode prevenir a dengue e outras doenças. O inhame (Colocasia esculenta) é reconhecido como um poderoso agente antidengue, malária  e febre amarela, entre outras propriedades, conforme registra a jornalista Sonia Hirsh no livro "Inhame Inhame".

 

Além de cozido, o inhame vai bem cru, batido nos sucos e vitaminas ou ainda em saladas, em pedaços ou ralado. O tubérculo é uma das plantas cultivadas mais antigas que se conhece, desde pelo menos o ano 100 a.C. na China ­- na Ásia, o inhame é até mesmo substituto do arroz. O modo de preparo pode ser cozido, assado, frito em óleo (menos recomendado devido ao óleo) e mesmo transformado em farinha, com a qual se pode fazer sopas, biscoitos, pães, bebidas ou pudins.

 

Um estudo de avaliação química do inhame feito por pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) comparou as variedades de inhame e apontou as vantagens de cada um, além de descrever sua composição.

 

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Embora todas as variedades (são centenas no mundo todo) tenham os mesmos nutrientes, diferem nas concentrações. A variedade japonês se mostrou a melhor fonte de macronutrientes (cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, cloretos), enquanto a variedade macaquinho registrou o maior teor de micronutrientes (zinco, ferro, selênio, manganês etc.). O chinês apresentou a maior concentração de amido em relação aos demais.

 

 

 

Superioridade

 

Como elemento nutricional, o inhame é superior a alimentos como batata inglesa, batata doce, mandioca, cará e mesmo o arroz, rico que é em carboidratos, proteínas, vitaminas do complexo B e minerais, além de ácidos graxos e antocianinas, substâncias do grupo flavonoides ligadas à prevenção da degeneração das células em mamíferos e humanos e na prevenção a vários tipos de cânceres quando associado ao ácido elágico, presente em frutas e legumes e de forte propriedade antioxidante.

 

Mas, além de sua composição, o inhame ganhou popularidade pela fácil digestão de seu amido, o alto valor energético e de concentração de vitamina B, além dos elevados teores de cálcio, fósforo e ferro e da baixa alergenicidade. Por isso, pode ser usado na alimentação infantil, em alimentos hipoalérgicos e como substituto do cereal em dietas de pessoas com restrição ao glúten, como os portadores da doença celíaca.

O inhame,  porém, tem um fator desfavorável, mas facilmente contornável: a concentração de ácido oxálico. Quando a concentração está alta demais é possível sentir "pinicar" tanto a pele, quanto a língua, além da acridez no gosto. Mas basta cozinhá-lo.

 

Suas propriedades contra a dengue foram observadas, conta Sônia Hirsh no livro "Inhame Inhame", em tribos indígenas, nas quais as populações que tinham o inhame na base alimentar estavam menos sujeitas à dengue, malária ou febre amarela, enquanto as tribos que não utilizavam, registravam bem mais casos das doenças transmitidas por mosquitos.

 

E, por fim, o inhame pode ser cultivado até mesmo em casa, pois suas folhas são ornamentais.

 

 

 

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